quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Informação

Quinta, 1 de Fevereiro de 2007 - DN

Bragaparques acusa Sá Fernandes


Filipe Morais*

A empresa Bragaparques acusou ontem o advogado Ricardo Sá Fernandes de lhe ter pedido um apoio de 500 mil euros para a campanha eleitoral do Bloco de Esquerda (BE). A acusação surge depois de o Ministério Público (MP) já ter acusado Domingos Névoa, administrador daquela empresa do Norte, de crime de corrupção activa, quando alegadamente tentou aliciar o vereador José Sá Fernandes (irmão do advogado) para apoiar a permuta dos terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular, entre a sua empresa e a Câmara de Lisboa. Segundo a acusação do MP, Domingos Névoa recorreu a Ricardo Sá Fernandes como interlocutor com o vereador da Câmara de Lisboa.

Ontem, a Lusa adiantava que o administrador da Bragaparques pretende sustentar, no pedido de instrução da alegada tentativa de corrupção a José Sá Fernandes, que o seu irmão, Ricardo Sá Fernandes, lhe pediu 500 mil euros para apoiar a campanha eleitoral do BE nas autárquicas de 2005. Domingos Névoa diz que o advogado terá descido a verba primeiro para 250 mil euros e mais tarde para 200 mil euros, sendo este o valor registado nas gravações da PJ.

Mais. Domingos Névoa afirma ter sido sua a iniciativa de terminar os contactos com Ricardo Sá Fernandes e vai ainda defender que foi este que propôs a desistência de José Sá Fernandes da acção popular contra a permuta de terrenos do Parque Mayer e da Feira Popular.

O vereador José Sá Fernandes teve conhecimento das acusações de Domingos Névoa ontem durante a reunião de câmara e classificou-as de imediato de "ridículas. Nem sequer oferece comentários de tão ridículo que é". "Está tudo no processo. Esse senhor foi acusado pelo Ministério Público depois de um inquérito, depois de prestar declarações e depois de pagar uma caução de 150 mil euros", disse. Sá Fernandes acrescentou que se trata de "uma maneira de tentar confundir as pessoas. Só quem está a procurar fazer um jogo que não um jogo limpo é que alinha numa coisa dessas".

Por seu lado, Ricardo Sá Fernandes fez saber ao início da noite que pretende fazer uma queixa-crime contra Domingos Névoa, acusando-o de tentar lançar calúnias sobre o seu nome: "Domingos Névoa, além de corruptor, é também um vigarista e será deduzida por mim a correspondente queixa-crime. Não contente com a tentativa de corrupção, ainda pretende lançar calúnias." O advogado refere ainda que "as gravações [da PJ] são inequívocas sobre quem propôs o quê a quem. Os nossos passados respondem pelos nossos actos e a credibilidade de cada um", concluiu. * Com Lusa

Agora vejam

Estranhezas ...

E para o fim, um texto interessante

Militância e Burocracia no Bloco de Esquerda




Várias vezes a classe trabalhadora tentou emancipar-se do Capital, construindo organizações que fossem o instrumento da sua libertação. Essas organizações, porém, não existem no vazio e estão sujeitas às pressões e influências da classe dominante, da sua cultura, valores e ideologias.

Isso é tão mais verdadeiro quando tais sindicatos e partidos, durante um período prolongado, são forçados pelas relações de força existentes entre as classes, a desenvolver uma actividade nos limites e instituições da sociedade e Estado burgueses. A rotina instala-se e a inércia com ela.

À estabilidade social e política soma-se o alheamento dos trabalhadores da actividade militante quotidiana (apenas possível em momentos de ruptura revolucionária), favorecendo o estabelecimento duma camada de activistas que se dedica exclusiva e profissionalmente à representação dos trabalhadores, mas sem o controlo destes: a burocracia ganha raízes na apatia. Surge, igualmente, a tentação de mudar o sistema por dentro, substituindo a transformação radical da sociedade pela lenta acumulação de forças, abdicando da revolução em função das reformas possíveis.

No passado, foi o que sucedeu às organizações social-democratas – primeiro – e às comunistas – depois. Não se trata de pregar etiquetas: do Bloco estar ou não estar burocratizado. O formalismo contenta-se com “sim” ou “não”, “preto e branco”, mas vida é dialéctica e não sendo nenhuma organização política estática e estanque, temos a tarefa de pôr o Bloco no bom curso.

Para tal, não bastam os acertos do programa e estratégia delineados num dado momento, nem sequer a honestidade política dos seus participantes. Para atestar esta afirmação, não há melhor exemplo do que o fornecido pelo Partido Bolchevique: de partido da revolução mundial, em poucos anos se transformou no partido da burocracia russa e dos seus privilégios.

Para manter o carácter socialista do Bloco, este deve reunir a participação e intervenção dos próprios trabalhadores que quer organizar, mobilizar e representar. Não tem sucedido! O Bloco continua sem real implantação social, sem ser capaz de organizar uma rede de activistas que, através da participação e do esforço regular de construção do próprio Bloco, lhe garantam a imunidade contra a burocratização e a tentação institucional e parlamentarista.

A principal razão é o facto da vida interna do Bloco estar nas mãos de largas dezenas de funcionários e do grupo parlamentar que se constituíram. Os militantes e as suas estruturas reúnem esporadicamente, ao sabor de “campanhas”, não dispondo duma prática quotidiana de discussão e acção.
É necessário que as assembleias concelhias e/ou regionais reúnam com uma periodicidade (no mínimo) mensal e o mesmo suceda nos núcleos sindicais, de empresa e de escola que devem prioritariamente dinamizados, pois estão muito mais aptos a estimular o trabalho junto dos movimentos sociais. De igual modo, as Conferências sectoriais (juventude, trabalho, ambiente, mulheres) devem ser chamadas a decidir sobre o âmbito da intervenção específica, elegendo os seus organismos de coordenação.

Os funcionários políticos são inevitáveis numa organização com a dimensão do Bloco. Todavia, é necessário garantir que os funcionários e representantes bloquistas nas instituições sirvam o Bloco em vez de dele se servirem. São necessárias regras claras para que da dedicação a tempo inteiro à causa da classe trabalhadora não se retirem benefícios materiais e assim se cristalize uma burocracia afastada das condições de vida e aspirações do povo.

As propostas apresentadas seguem as teses defendidas por Marx e Lenine para prevenir o cancro da burocracia, partindo da experiência histórica da Comuna de Paris.

a) O fim das nomeações pelo topo! Todos e quaisquer funcionários ou candidatos a cargos políticos devem ser eleitos pela base. Desta forma, a lealdade e prestação de contas dos eleitos e funcionários do Bloco será não para os órgãos de direcção que – até aqui – os têm escolhido, mas para com os militantes que os vierem a eleger.

b) Pelo direito à revogação! Do mesmo modo que os militantes e respectivas estruturas têm o direito de escolher os seus representantes nos órgãos do partido ou do Estado, devem ter também o direito à revogação (a qualquer momento) dos mandatos daqueles dirigentes que perderem a sua confiança política.

c) Remuneração pelo salário médio nacional! É necessário que os funcionários e eleitos do Bloco vivam como vive o povo: Não queremos representantes que se mantenham nos cargos por força dos privilégios adquiridos, mas por exclusiva dedicação à causa revolucionária. A diferença entre as remunerações oficiais dos cargos públicos e o salário médio nacional, deve ser entregue ao Partido para financiar a luta. Recusamos igualmente o argumento de ter de se pagar altos salários para que os “cérebros” se dediquem à política: esse é um argumento burguês. O que produz boas políticas não são habilitações académicas, mas consciência de classe.

* Parece-me que alguns querem transformar o Bloco de Esquerda numa espécie de Partido Comunista Português. Menos mal.

9 comentários:

Anónimo disse...

Os financiamentos do PCP este reais e sem tretas, contados na primeira pessoa, a pessoa de um dos 35 despedidos pelo partido.
São na sua maioria trabalhadores com 50 anos ou mais e com graves dificuldades em arranjar emprego, mas isso que interessa ao PC?
Se fosse numa empresa privada ai ai que já havia bandeiras á porta.
Que fez o sindicato, quando os trabalhadores foram ameaçados e ou receberem as indemnizações ou irem para a rua sem nada?
Consta-se no meio editorial e político que a Editorial Caminho foi vendida a Paes do Amaral. Consultado o site da editora, nada encontrei sobre o tema, mas asseguram-me fontes bem informadas que o negócio está já consumado.O que terá levado o PCP "accionista" a vender a Paes do Amaral capitalista, uma das mais prestigiadas editoras portuguesas, onde pontificam alguns dos melhores autores portugueses, com destaque para o prémio nobel José Saramago ?Ou a oferta foi absolutamente milionária e, portanto, irrecusável ou a venda de activos desta natureza e valor só ocorrem porque quem vende precisa libertar-se de um fardo ou realizar dinheiro para outras necessidades prioritárias.Donde resultam as interrogações: a proposta foi milionária e os ex-detentores da Caminho vão ter agora um futuro tranquilo e feliz ? A Caminho era já um fardo insuportável ? Ou estava a ser necessário realizar dinheiro urgentemente ?Uma coisa me parece certa, vender uma jóia da coroa, é sempre um sinal de fragilidade e um desapontamento. Ainda por cima, porque levanta muitas preocupações para o futuro e não apenas para o domínio da edição literária...E AGORA, QUE CAMINHO ?»
Eduardo Pitta dá-nos conta da compra da editora Caminho pelo grupo económico liderado por Pais do Amaral, com o consequente despedimento de 35 funcionários e o exílio (para o Cacém) dos sobreviventes.
Tudo isto porque a imponente moradia da Av. Gago Coutinho onde funcionava a Caminho, propriedade do PCP, albergará a curto prazo a novel fundação do nobel Saramago.
Não só lamento e estranho o absoluto silêncio dos sindicatos quanto a esta situação - em casa de ferreiro, espeto de pau - como muito me intriga a escolha de Saramago: não teria sido mais lógico eleger Madrid, capital da Ibéria, para sediar a sua fundação? Na geografia segundo Saramago, Lisboa será, quando muito, uma cidade de recreio. Nada que se compare, portanto, à importância de tão ilustre ibero.»
Depois do iberismo de Mário Lino que foi (1989-1990) Presidente do Conselho de Administração da Editorial Caminho, SA e Presidente do Conselho de Administração da Editorial Avante, SA, aí temos o iberismo de Saramago sobre o qual seria agora interessante ouvir Mário Lino... Mas, vindo de onde vem, não menos interessante deixa de ser o texto hoje divulgado por José Paulo Gascão, Miguel Urbano Rodrigues e Rui Namorado Rosa, editores da revista elec Diário.info e que pode ser lido → AQUI, http://odiario.info/b2lhart_imp.php?p=367&more=1&c=1 pronto a imprimir.»
in http://notasverbais.blogspot.com/2007/07/caminhos-cruzados

Anónimo disse...

dissidência no PCP ocorrida no final da década de 80, conhecida como “terceira via” (1) (2), cujo manifesto foi subscrito por três centenas de militantes e foi adoptado tacitamente por milhares de outros que entenderam assumir uma “ruptura silenciosa” (com outros a "borregaram" quando foram "chamados à pedra" e a fracção estalinista lhes puxou as orelhas, como foram, por exemplo, os casos do escritor José Saramago e do historiador António Borges Coelho e alguns autarcas comunistas) foi o grande teste ao figurino da identidade política e ideológica dos comunistas portugueses pós-25 de Abril e reflectiu-se na sua maior sangria de militantes, com reflexo colateral num reforço do absoluto monolitismo estalinista que consolidou o poder de Cunhal (enquanto teve saúde) e a sua corte de bonzos ortodoxos (3) que não pararam de reforçar posições até arrastarem o partido para a sua degradação política e ideológica maior - a fase actual de “populismo de sociedade recreativa” com o medíocre Jerónimo de Sousa a representar o papel de caricato timoneiro (liderança traduzida em discursos sindicalistas serôdios, beijos e abraços).



O factor de influência maior que fez a cama a esta dissidência foi um factor externo (a “perestroika” de Gorbatchov na URSS) onde se deitou a evidência da incapacidade do PCP, no quadro da realidade social e política portuguesa, inviabilizada que estava a hipótese de transformação revolucionária (o refluxo continuado arrastava-se desde final de 1975), adaptar-se ao jogo democrático e à consequente revitalização e reorientação internas em que, antes do mais, pesava o ordenamento estalinista asfixiante da falácia do “centralismo democrático”, essa perversão eufemista para o domínio absoluto da fracção dirigente entronizada na década de 60 após a fuga de Cunhal da prisão de Peniche.



A influência decisiva da “perestroika” a perturbar a vida interna do PCP é perfeitamente compreensível num partido marcadamente “moscovita” e educado há muitas décadas (desde os tempos da liderança de Bento Gonçalves no início da década de 30) a prestar vassalagem a uma potência estrangeira (disfarçada numa espécie de dialéctica entre patriotismo e internacionalismo). Por um lado, a direcção do PCP estava entalada perante o PCUS e Gorbatchov, com a inércia da inibição de criticar minimamente o que soprasse do Kremlin. Aliás, houve uma afectividade política especial inicial entre Cunhal e Gorbatchov: este, antes de mandar na URSS, havia estado em “training” no Porto, em 1983, como representante do PCUS ao X Congresso do PCP, tinha sido “lançado” por Andropov e proposto como Secretário Geral para suceder ao falecido burocrata medíocre Tchernenko pelo experimentado e insuspeito Gromiko (essa espécie de patriarca honorário da cúpula do aparelho herdado de Brejnev) e prometia um regresso fortalecido ao “leninismo”. Leiam-se os “Avantes” dos tempos do X Congresso e os artigos após a entronização de Gorbatchov (nomeadamente a entrevista com Cunhal quando este regressa de uma ida de vassalagem a Moscovo para cumprimentar e estreitar laços com o novo “senhor do Kremlin”) e constata-se o nível elevado de culto a esse novo dirigente soviético apresentado como um género de “elixir de revigoramento do leninismo” no formato da “renovação na continuidade”. Como reverso, quando a “gladnost” e a “perestroika” estendem as passadeiras das heresias, revelando a iminência da ruína soviético-comunista em que a “traição Gorbatchov” iria descambar, Cunhal e o seu núcleo engoliam as raivas em seco, impotentes para atacarem publicamente o “amo moscovita”. Entretanto, os “críticos internos”, pela primeira vez, dispunham desse trunfo excepcional e virgem no PCP: contestarem a direcção e o modo de exercício do poder pela fracção dirigente aninhada sob a asa de Cunhal, inspirando-se no PCUS e respectivo Secretário-Geral (!). Quando o exercício do poder por Gorbatchov se degrada e se prepara o golpe de 1991, um factor e outro descambando depois na implosão soviética e do seu império, Cunhal e os seus recompõem-se nas suas referências estalinistas e os “críticos” perdem o abrigo da “referência soviética”, sendo expulsos ou saindo com estrondo ou silenciosamente.



O grande confronto entre a “terceira via” e a direcção de Cunhal verifica-se nos tempos de preparação do XII Congresso do PCP, realizado no Porto. Em 1988 e na fase terminal de Gorbatchov. Cunhal segura o “centralismo democrático”, impede qualquer debate interno e, num Congresso absolutamente controlado, liquida a dissidência. Esta, inicia uma diáspora (uns caminham até ao PS, outros pela Plataforma XXI até ao BE, mais uns tantos a quedarem-se na "esquerda independente") que, em reverso, “purifica” o partido e leva-o à fase transitória de Carvalhas até à sua “normalização”, contando com a colaboração de quadros que recuaram nos anteriores ímpetos renovadores (alguns destes haviam, depois, de dar corpo a uma vaga menor de contestação que deu no grupúsculo da “renovação comunista” atrelada ao Bloco de Esquerda, em que as figuras que mais se destacaram foram Carlos Brito e João Amaral e Edgar Correia, ambos já falecidos). Passada esta última erupção, adicionada com a saída de posições de relevo do grupo dos "intelectuais orgânicos" ligados a Carlos Carvalhas (ele próprio, Octávio Teixeira e Vitor Dias), chegou a fase do unanimismo das lutas por reflexo condicionado e da indigência ideológica e estratégica, do aventureirismo internacionalista e do populismo obreirista, de que a leitura do actual "Avante" é um penoso exemplo de marxismo-leninismo para semi-analfabetos preguiçosos.



Entre as centenas de dissidentes da “terceira via”, contavam-se cinco membros do Comité Central do PCP. Joaquim Pina Moura e Vitor Neto eram os únicos que tinham sido votados em Congresso e eram conhecido, como tal, pelos militantes e pelo público. Os outros 3 membros do CC eram “clandestinos” (um “segredo do Partido” não revelado sequer aos seus militantes e muito menos publicitados), não tinham sido submetidos a votos dos Congressos e eram ritualmente "cooptados" devido às suas tarefas partidárias (António Graça, dos “serviços de informações”; Raimundo Narciso, do controlo dos militares comunistas; José Luís Judas, dirigente da CGTP). Aliás, pelo menos até início da década de 90, para preservar a clandestinidade destes membros secretos do CC do PCP, quando este órgão se reunia, havia o ritual de eles (mais alguns outros “clandestinos”, incluindo o SG da CGTP) só entrarem na sala de reuniões após retirada dos fotógrafos e jornalistas para que o público e os militantes não conhecessem a composição completa do organismo dirigente do PCP.



Um dos dirigentes comunistas que, no final da década de 80, lideraram a dissidência da “terceira via”, Raimundo Narciso, resolveu (finalmente!) passar a livro a sua experiência nesta epopeia gorada e que resultou na sua expulsão do PCP. O livro chama-se “Álvaro Cunhal e a Dissidência da Terceira Via”, é editado pela Âmbar e é apresentado no próximo dia 17, às 18h30, na FNAC (Chiado) pelo escritor Mário de Carvalho e por Mário Lino (um dos dissidentes expulsos e hoje ministro). Entretanto, Raimundo Narciso tem aberto um blogue dedicado a este livro a que recomendo uma visita.



(1) – Curiosa é a designação desta onda de dissidência. Autoproclamava-se como “terceira via” como forma de se distanciar, em simultâneo, da direcção controlada por Cunhal e do anterior grupo dissidente conhecido como “os seis” (Vital Moreira e outros).



(2) – O autor deste blogue foi subscritor do manifesto e membro activo da “terceira via”. A impossibilidade de discutir e propor alterações às teses do XII Congresso e o episódio recambolesco de ser chamado á sede do PCP para prestar declarações perante um adjunto fiel de Cunhal, Domingos Abrantes, o que recusei, sobre o que sabia acerca das movimentações do grupo dissidente, num acto político de nítidos contornos policiais de apelo à delação, levou-me a apresentar a demissão de membro do PCP ainda antes da realização do Congresso de 1988.



(3) – Como era apanágio das equipas estalinistas que dirigiam os PC’s, um dirigente de envergadura (de grande envergadura, no caso de Cunhal) rodeava-se, sempre, de colaboradores de segunda linha que eram fiéis medíocres, cumpridores dedicados e zelosos mas impossibilitados, por falta de estatura e independência, de disputar a liderança ou perturbar a fidelização subordinada para com Moscovo. Aconteceu assim com Cunhal no PCP, após os afastamentos longínquos (por prisão, por intriga ou por divergência) de Bento Gonçalves, Pavel, José de Sousa, Vasco Carvalho, Fogaça e Francisco Martins Rodrigues. Quando Cunhal ficou impossibilitado, por razões de saúde, de continuar a dirigir autocraticamente o PCP, a direcção do PCP tem navegado sob controlo errático de um envelhecido grupo de bonzos estalinistas formatados por Cunhal mais para obedecerem que para liderarem (hoje restam no activo pleno, José Casanova e Albano Nunes, embora Carlos Costa, Domingos Abrantes, Joaquim Gomes e Jaime Serra, mais velhos, continuem a desfrutar de autoridades decisivas nas grandes opções). A elevação de Jerónimo de Sousa, um populista de paróquia, ao cargo de Secretário Geral constitui um paradoxo e uma inversão no perfil da pirâmide de poder: os bonzos medíocres órfãos de Cunhal escolheram um líder ainda mais medíocre (politicamente) que eles para assim manterem as suas influências como “eminências pardas”.






Publicado por João Tunes às 01:04

Anónimo disse...

Eles (PCP) são mais finos

Fonte política disse ao SEMANÁRIO que a saída de Souto Moura pode servir também para fazer avançar processos que já não afectem este procurador e que não comprometem o seguinte. A gestão da saída de um procurador é importante e não estando em caso a corrupção em negocio privado para alem do "Apito Dourado" no desporto, as atenções viram-se sobretudo para o Estado e para os partidos políticos. Recorde-se como o SEMANÁRIO divulgou há três meses, o jornal de sábado "Sol" repetiu na semana passada, está sob investigação o depósito em dinheiro de vários milhões de euros nas contas do CDS, PSD e PCP. A ligação eventual entre corrupção e financiamento ilegal dos partidos políticos não está privada, mas há investigações em curso.
Por outro lado o SEMANÁRIO sabe que há cerca de oito processos instaurados, alguns deles com denuncias anónimas sobre a gestão de Paulo Portas no Ministério da Defesa, que poderão agora ser arquivados ou sofrer alguma evolução. Já relativamente à compra de submarinos, parece não haver nenhuma investigação nas polícias.
Nos meios políticos admite-se que antes da entrada de Pinto Monteiro e depois do DIAP estar praticamente desactivado durante dois anos em matéria de investigação sobre corrupção as reformas anunciadas na Judiciária vão no sentido de novas prioridades. E nesse contexto o actual Procurador geral ainda poderia resolver alguns processos pendentes na sua secretária.
O primeiro sinal disso foi o avanço do processo relativo à pequena corrupção na Marinha. Era um processo desencadeado em 2004 quando foi nomeado o novo chefe da Judiciária Militar por Paulo Portas, mas o assunto parou durante um ano quando transitou para a PJ. Avança agora no fim do mandato e em vésperas da chegada a Lisboa da missão da OCDE para avaliação da corrupção em Portugal.

Anónimo disse...

Partido Social-Democrata (PSD)

Orientação política de centro-direita. Liberal.

Fundado em 1974, por elementos da chamada "ala liberal" formada durante a última fase da ditadura. O PSD alterna no poder com o Partido Socialista, por vezes coligado com o Partido Popular. Durante alguns curtos períodos formou com o PS um "Bloco Central".

O PSD assume-se como um partido sem ideologia explicita. É liberal, embora com algumas preocupações sociais. Afirma-se como um partido reformista, centrado na resolução dos problemas concretos do país (pragmatismo). A produção teórica dos seus líderes ou militantes é praticamente inexistente. Entre os factores de adesão ao PSD, destacam-se: o carisma dos líderes; a reacção a outros partidos; a perspectiva das suas vitórias eleitorais; a sua indefinição ideológica. Esta situação torna o PSD um partido muito instável. Os líderes só conseguem sobreviver caso consigam ganhar eleições, e desta forma tenham cargos públicos para distribuir pelas clientelas do partido.

Ao longo de 30 anos de democracia, o PSD, teve dois momentos marcantes na sua acção social: Um ligado a Sá Carneiro (1974-1980), pela forma como combateu a preponderância dos militares na vida política portuguesa; O outro ligado aos governos de Cavaco Silva (1986-1995), quando o país conheceu um forte crescimento económico. A sua pior fase, ocorreu depois da saída de Cavaco, quando se assistiu a uma sucessão de líderes sem alma, nem determinação. Durão Barroso, abandonou o governo fugindo aos seus compromissos com Portugal. Santana Lopes lançou o PSD no mais completo descrédito. Marques Mendes, pretende afirmar-se como um líder que não pactua com corruptos e incompetentes, nomeadamente os que polulam nas autarquias e empresas públicas e municipais."

Anónimo disse...

Partido Comunista Português (PCP).

Orientação política marxista-leninista

Fundado em 1921. Manteve-se fiel à sua ideologia mesmo após a queda do muro de Berlim (1989), que conduziu à derrocada da antiga União Soviética (URSS), o seu principal apoio externo.

Possui uma longa história ligada à oposição ditadura. A sua influência social, muito grande entre 1974 e 1976, quando empurrou os militares para a criação de um regime socialista pró-soviético em Portugal. Actualmente representa cerca de 10% do eleitorado, na sua maioria de elevada idade. A sua produção teórica, diminuiu consideravelmente a partir de 1989.

O PCP, continua a afirmar a sua vocação histórica de partido dos trabalhadores e desfavorecidos. A sua influência nos sindicatos, nas autarquias no Alentejo e na cintura industrial à volta de Lisboa chegou a ser enorme. Hoje, com excepção dos sindicatos a sua influência é cada vez menor. Algumas das suas antigas autarquias, como Amadora ou Loures, espelham a sua gestão autárquica facilitista, que transformou vastas áreas urbanas num verdadeiro caos, povoado de barracas, focos de pobreza, violência, droga, etc.

Nas últimas décadas o PCP tem estado ligado ao pior que a política já produziu em Portugal: iberistas como José Saramago e arrivistas políticos que passam de um dia para ou outro de defensores do comunismo a ideológos do capitalismo selvagem."

"Bloco de Esquerda

Formado em 1999 através da fusão de três organizações políticas: União Democrática Popular (UDP), o Partido Socialista Revolucionário (PSR) e a Política XXI. A UDP era a principal força política que constituiu esta organização. Formada em 1974, agrupava então elementos maoistas, "albanistas", estalinistas e outros (chegou a ter representação parlamentar). O PSR era um minúsculo partido trotsquista, ligado à IV Internacional. A Política XXI era formada por ex-militantes do Partido Comunista Português e de outras organizações da sua área de influência. O Bloco é actualmente a principal organização de extrema-esquerda em Portugal. A sua força assenta na facilidade de comunicação dos seus dirigentes (Francisco Louçã, Fernando Rosas, Miguel Portas, etc). Não tem uma real implantação no país, nem possui uma linha ideológica definida. Rompendo com as suas próprias origens, o Bloco não advoga nenhuma revolução, mas apenas profundas mudanças no sistema capitalista. Entre as suas causas mais emblemáticas está a exigência de um maior rigor fiscal, maior responsabilidade social das empresas e a denuncia situações de incompetência e corrupção no Estado e nos aparelhos partidários."


Partido Social-Democrata (PSD)

Orientação política de centro-direita. Liberal.

Fundado em 1974, por elementos da chamada "ala liberal" formada durante a última fase da ditadura. O PSD alterna no poder com o Partido Socialista, por vezes coligado com o Partido Popular. Durante alguns curtos períodos formou com o PS um "Bloco Central".

O PSD assume-se como um partido sem ideologia explicita. É liberal, embora com algumas preocupações sociais. Afirma-se como um partido reformista, centrado na resolução dos problemas concretos do país (pragmatismo). A produção teórica dos seus líderes ou militantes é praticamente inexistente. Entre os factores de adesão ao PSD, destacam-se: o carisma dos líderes; a reacção a outros partidos; a perspectiva das suas vitórias eleitorais; a sua indefinição ideológica. Esta situação torna o PSD um partido muito instável. Os líderes só conseguem sobreviver caso consigam ganhar eleições, e desta forma tenham cargos públicos para distribuir pelas clientelas do partido.

Ao longo de 30 anos de democracia, o PSD, teve dois momentos marcantes na sua acção social: Um ligado a Sá Carneiro (1974-1980), pela forma como combateu a preponderância dos militares na vida política portuguesa; O outro ligado aos governos de Cavaco Silva (1986-1995), quando o país conheceu um forte crescimento económico. A sua pior fase, ocorreu depois da saída de Cavaco, quando se assistiu a uma sucessão de líderes sem alma, nem determinação. Durão Barroso, abandonou o governo fugindo aos seus compromissos com Portugal. Santana Lopes lançou o PSD no mais completo descrédito. Marques Mendes, pretende afirmar-se como um líder que não pactua com corruptos e incompetentes, nomeadamente os que polulam nas autarquias e empresas públicas e municipais."
"Partido Popular (CDS/PP)

Orientação política de direita. Populista-liberal.

Fundado em 1974. Durante duas décadas foi o partido por excelência dos antigos apoiantes da ditadura (1926-1974).

O CDS-PP assumiu-se inicialmente como um partido democrata-cristão, defendendo uma visão conservadora da sociedade portuguesa. Com Paulo Portas, assumiu-se com um partido "popular" revelada pela preocupação com os pobres, "liberal" em termos económicos e "conservador" nos valores. Não tem qualquer produção teórica, vivendo em função do impacto mediático dos seus líderes.
Os líderes do CDS afirmam-se em geral norteados por princípios éticos, procurando construir a imagem que são verdadeiros exemplos de "homens de Estado". A verdade é que frequentemente pactuam no seu próprio partido, com correligionários que são a mais completa negação destes princípios e da imagem que procuram veicular.
O CDS salientou-se por enquadrar no regime democrático, uma parte da direita nostálgica da ditadura e do "Império Ultramarino"."

Anónimo disse...

Não me digas que agora (só porque convém atacar o BE)já fazes o jogo da BragaParques?
Tem vergonha. penso que nãp vale a pena desceres tão baixo.

Anónimo disse...

A VERDADE DOA A QUEM DOER, o BE tá metido na merda, tá do lado do grande capital, são uns falsos esquerdistas ávidos de poder. O resto são ataques ao PCP para tentar desviar as atenções da verdade, mas isso já não é nada de novo.

Anónimo disse...

E Deus disse: O PCP É E SERÁ SEMPRE O DONO DA VERDADE.
Mais tarde, disse ainda: os acólitos auto denominados comunistas, independentemente de a grande maioiria representar aquilo que um verdadeiro comunista nunca deverá ser, devem continuar na senda da multiplicação; desinformando, confundindo, caluniando e outras palavras terminandas em ando, tal e qual como os verdadeiros facistas.

Anónimo disse...

O fifias está baralhado, cuidado com a esquizofrenia que parece abundar para o lado rosinha e bloquinha.